Amor é Amor: famílias homoafetivas existem - Studio Pipoca

Amor é Amor: famílias homoafetivas existem

As famílias homoafetivas existem. Para enfrentar o preconceito e a homofobia, visibilizar essas famílias é urgente.

Vivemos em um momento onde é cada vez mais comum nos depararmos com modelos de família, que quebram com a visão estabelecida pela heteronormatividade. Famílias homoafetivas ganham espaço nas ruas, mídia, publicidade, indústria cultural. A maior visibilidade das famílias LGBTQI+, que desde sempre existiram, é associada à conquista de direitos e (lenta) desconstrução de preconceitos das últimas décadas. Ainda hoje as famílias homoafetivas lidam diariamente com a violência homofóbica, porém, é inegável que nos últimos anos ocorreram avanços importantes na luta contra o preconceito.

O último Censo realizado no Brasil, em 2010, apontou a existência de cerca de 60 mil famílias homoafetivas no país, sendo que as formadas por casais de mulheres eram a maioria, representando 53,8% destas. Apesar da falta de dados atualizados, podemos especular que hoje esse número e significativamente maior. De 2011, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união estável homoafetiva, até 2020, foram realizados 73.859 casamentos entre pessoas do mesmo sexo no Brasil, segundo levantamento de dados em cartórios do país.

Amor é amor: precisamos falar sobre famílias homoafetivas

O Brasil é um país que costuma negar as suas chagas. Utilizamos o mito do brasileiro cordial para refutar a existência do machismo, racismo, homofobia, xenofobia, entre outros comportamentos de ódio que tanto excluem, violentam e matam.

Quando analisamos os dados referentes apenas à homofobia em nosso território, percebemos o quanto a situação é dramática para a população LGBTQI+. A cada 23 horas ocorre uma morte por homofobia no Brasil, violência que atinge, principalmente, a população trans. A morte por homofobia é a expressão máxima da violência contra LGBTs+. Essa violência, contudo, surge de outras formas no dia a dia dessa população desde cedo. Pesquisa com adolescentes LGBTQI+, realizada em 2016, apontou que 76% deles já haviam sofrido agressões verbais na escola e 36% agressões físicas. A homofobia também aparece nas dificuldades em se colocar no mercado de trabalho, de alugar imóveis, nos menores salários, na perda de oportunidades, nas “piadas”, “chacotas” e escárnio aos LGBTs, na perpetuação de estereótipos, na negação da existência de famílias homoafetivas.

Elas existem e são tão família quanto qualquer outra, quando não ainda mais afetivas, uma vez que as dificuldades e preconceitos enfrentados para viverem suas vidas juntos, em muitos casos acabam por fortalecer a união entre o casal. Mas vamos combinar? Ninguém quer passar por violência para ter uma relação fortalecida. É papel de toda pessoa cis hétero que não compactua com a homofobia e o ódio, tanto se policiar para não reproduzir atitudes homofóbicas em seu cotidiano, quanto agir de forma efetiva para extirpar o preconceito de nossa sociedade.

E como isso pode ser feito?

  • Tirando véu da invisibilidade que ainda insistem em colocar sobre casais homoafetivos;
  • Apoiando iniciativas em prol da união e adoção por LGTBQI+;
  • Consumindo produtos e conteúdos produzidos por LGBTs;
  • Boicotando marcas, instituições e pessoas abertamente homofóbicas;
  • Cobrando que as escolas tratem e celebrem a diversidade;
  • Normalizando a existência de famílias homoafetivas, em especial para as crianças, afinal, elas são o futuro.

Visibilizando famílias homoafetivas

Conforme os números de famílias que rompem com o padrão heteronormativo crescem, estas se tornam cada vez mais visíveis na sociedade. Hoje contamos com produções culturais que abordam abertamente o tema, assim como encontramos na internet uma série de conteúdos produzidos por famílias homoafetivas. Tudo isso é muito importante para que esse modelo familiar seja compreendido, aceito e normalizado. É preciso que outras formas de afeto, outras formas de família, tenham representatividade.

Para apresentar essa outra unidade familiar às crianças, os livros infantis são grandes aliados. Entre as obras que abordam essa temática, destacamos:

Já para adultos e adolescentes, é possível recorrer as obras cinematográficas com histórias relacionadas às famílias homoafetivas. Entre filmes que tratam da dinâmica da adoção por essas famílias vale destacar os seguintes:

Além disso, sempre é válido apoiar famílias homoafetivas seguindo perfis e consumindo conteúdo produzido por estas nas redes sociais. Não conhece nenhum perfil de família formada por pessoas do mesmo sexo? Então vem com a gente que temos mais uma lista de indicações para você: Duas Mamães do Theo ; Duas Mães de Dois ; Malu e Suas Mães ; Diflores; Dois Pais de Gêmeos ; Dois Pais e Uma Filha.

E é assim, dando visibilidade e apoiando as famílias que rompem com o modelo heteronormativo e mostrando que toda maneira de amar vale a pena que iremos vencer a homofobia, o preconceito e a intolerância.

Vamos juntos?

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