Os impactos ambientais da pandemia - e como agir para diminuí-los - Studio Pipoca

Os impactos ambientais da pandemia - e como agir para diminuí-los

Ao contrário do que alguns pensavam a pandemia de Covid-19 não gera impactos ambientais positivos, pelo contrário. Entenda os riscos para o planeta.

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2020 entra para a história como um daqueles anos que não termina. Para além de suas consequências imediatas, a pandemia de Covid-19 tende a produzir impactos socioambientais de longa duração que prometem transformar o mundo. A forma como a pandemia vem afetando o meio ambiente em todo o planeta demanda especial atenção. Nunca é demais lembrar que estamos à beira do precipício quando o assunto é a nossa sobrevivência enquanto espécie.

As mudanças climáticas se aceleram enquanto parecemos ser incapazes de frear minimamente o aquecimento da Terra. Ao mesmo tempo a extinção de espécies atinge escala sem precedentes e até 2050 devemos ter mais plástico que peixes nos oceanos. Quando a pandemia mundial foi declarada pela Organização Mundial da Saúde e diferentes governos nacionais optaram pelo fechamento total ou parcial das atividades econômicas não essenciais, não faltaram aqueles que apontavam a urgência sanitária como uma oportunidade de recuperarmos o planeta. Quase um ano depois essa hipótese se mostra infundada.

Os impactos ambientais da pandemia de Covid-19 – e porque agir para contê-los

Quem rolava pelo feed das redes sociais em abril de 2020 poderia facilmente se deparar com noticias sobre o aumento da presença de vida selvagem devido ao lockdown nas cidades, sobre como os canais de Veneza tornaram-se límpidos sem o turismo frenético, ou como a poluição do ar havia diminuído em todo o planeta. Houve até quem viu nesses acontecimentos um sinal de que o planeta estava contra-atacando e que na realidade a humanidade que seria o vírus. Esse é um discurso com muitos problemas. Higienista, rasa e misantropa, a narrativa que coloca a humanidade como vírus tira qualquer responsabilidade pelo caos ambiental do atual sistema de produção e consumo.

O primeiro ponto a compreender é que todos esses acontecimentos ambientais que ocorreram por conta das medidas de enfrentamento a pandemia são temporários e pontuais. Para o planeta se recuperar, de fato, são necessárias medidas profundas em nossos hábitos, cultura e visão de mundo em longo prazo. Tanto assim que a poluição atmosférica da cidade de São Paulo, por exemplo, já retornou a níveis pré-quarentena. Dito isso, vamos se claros: a pandemia de Covid-19 não apenas não irá deixar legados ambientais positivos, como promete novos enormes problemas com o qual iremos precisar lidar, talvez por séculos. E essa afirmação não é um recurso para trazer drama a esse texto. Embora o plástico seja uma matéria-prima essencial na vida moderna – sério, olhe para o lado e perceba quantas coisas em nossa casa possuem algum componente plástico – quando falamos de meio ambiente ele é um grande problema. Apesar da grande maioria dos polímeros plásticos utilizados no setor produtivo serem recicláveis, Brasil recicla apenas 1,28% do plástico que produz. Aterros sanitários e o céu aberto são os destinos mais comuns para milhões de toneladas de plástico, onde levam centenas de anos pra se decompor, sendo que parte considerável destes acaba nos rios e oceanos.

Acontece que devido às medidas de prevenções e combate a Covid-19, o consumo de produtos descartáveis de plástico, como pratos, copos, talheres, luvas, embalagens, entre outros, explodiu! Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais apontaram que a geração de materiais descartáveis cresceu quase 30% ao mês em 2020. Além do aumento de pedidos deliverys, que justificam o crescimento do uso de embalagens, por exemplo, muitas empresas de diferentes ramos passaram a utilizar utensílios descartáveis como forma de mitigar os riscos de contágio.

Somam-se a esses resíduos, as máscaras, principal acessório na prevenção individual na pandemia de Covid-19 e que precisa ser utilizada por todos ao sair de casa. Acontece que a mesma máscara que nos salva também parar no lixo, quando não, nas calçadas, meios-fios, bocas de lobo, etc. A OceanAsia, organização dedicada a proteção dos oceanos, estima que cerca de 1,56 bilhões de máscaras faciais, que podem demorar até 450 anos para se decompor acabaram nos oceanos em 2020. O berço da vida em nosso planeta já sofre severamente com o lançamento de resíduos e esgoto e pode ver sua situação se complicar ainda mais com a pandemia. O aumento do lixo plástico causado pela pandemia tende a afetar ainda mais os biomas. Como o material demora centenas de anos para se decompor na natureza, seus efeitos na água, solo e junto a diversidade da vida, poderão permanecer por séculos, contribuindo para acelerar ainda mais um cenário de degradação.

 

Todo esse cenário que parece ter sido arrancado de uma distopia, não deve ser motivo para desânimo, mas sim servir como mais um alerta de que precisamos agir para cuidar do meio ambiente e precisamos agir agora. Que toda essa situação que estamos vivendo seja um prólogo sinistro para um futuro mais verde e em equilíbrio. A pandemia pode nos ensinar de que podemos romper o ciclo consumo de coisas que não precisamos – descarte, assim de como os negócios precisam ser responsáveis junto à sociedade de planeta.

Reaproveite, reutilize, faça compostagem de resíduos orgânicos, consuma menos, apoie marcas sustentáveis e zero waste. Vamos juntos assumir as rédeas do destino do planeta e evitar o caos ambiental. A mudança começa por nós!

Até a próxima!

 

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