Para uma parte considerável do mercado consumidor essa realidade da indústria da moda não é mais aceitável. As pessoas querem consumir roupas de marcas que estejam alinhadas a seus valores e pratiquem de fato a sua responsabilidade social e ambiental. Por isso, viemos de novo abordar esse assunto e dar mais indicações de marcas nacionais de slow fashion!
Slow fashion: o novo modo de produzir e consumir moda
A ascensão do slow fashion no mercado de moda está intrinsicamente relacionada a uma mudança em curso. O capitalismo continua sendo o modus operandis da organização da economia e sociedade, contudo as bases desse sistema, com o lucro acima de tudo e de todos, vem lentamente se modificando.b ssa adaptação não deixa de ser uma consequência direta do fato de que na atual configuração o sistema é insustentável. Lucro infinito é uma ideia que não cabe em um planeta com recursos finitos. Acumulação predatória do capital que provoca o crescimento da desigualdade leva ao esgarçamento do tecido social.
Embora a slow fashion seja um movimento que remonta ao final da última década, foi recentemente, acompanhando essa transformação em curso, que o movimento em prol de uma nova moda ganhou mais força e a preferência dos consumidores, resultando no surgimento de novos projetos, ideias e marcas em diferentes locais do planeta. O Brasil não ficou imune a esse momento. Por aqui já contamos com uma boa gama de marcas de slow fashion que atendem a diferentes nichos de consumidores, e a tendência é que cada vez mais outras marcas cheguem ao mercado.
Slow fashion no Brasil
Se você acredita que é possível e necessário produzir e consumir moda de outra forma, é muito importante que fortaleça as iniciativas locais. Dessa forma você tanto ajuda no fortalecimento do ecossistema de marcas slow fashion, como contribui para o desenvolvimento de sua região. Para te ajudar a fazer parte dessa corrente do bem recomendamos fortemente o trabalho desenvolvido pela Julia Codogno. Em suas redes e em seu site, Julia aborda temas ligados à sustentabilidade no mundo da moda, trazendo informações de qualidade e reflexões pra lá de necessárias. Além disso, Julia é responsável por produzir um guia de marcas conscientes. São mais de duzentas marcas e projetos de impacto positivo. É ideal para quem quer ser um apoiador do slow fashion, mas ainda nem sabe por onde começar.
Além do trabalho desenvolvido pela Julia, gostaríamos de destacar por aqui algumas marcas de slow fashion brasileiras:
Comas :
A Comas é uma marca que produz peças através da técnica de “upcycling”, reaproveitando sobras de tecidos descartados pelo setor têxtil que ao invés de irem para o lixo tornam-se peças novas e belíssimas. Outro destaque da marca são os cursos de upciclyng oferecidos em seu espaço, uma importante iniciativa na propagação de ideias sustentáveis.
Básico :
A Básico é uma iniciativa muito legal que une uma diversidade de artistas e projetos produzindo peças de roupa, acessórios, peças de arte, entre outros, alinhado aos princípios de sustentabilidade. Como a própria marca se define: básico é eliminar tudo que não é essencial para concentrar energia no que realmente importa.
O Atelier Jezebel começou sua trajetória em São Paulo em 2016, nascendo do desejo de Sara, sua fundadora, de produzir uma moda mais consciente, menos frenética e livre de tendências. Com foco no vestuário feminino a marca tem peças lindas, que se destacam ao unir estilo, elegância e simplicidade.
Juniper :
A Juniper é uma marca de slow fashion que nasceu da urgência de produzir moda de outra forma: com maior respeito ao meio ambiente e as pessoas. Seu foco é o vestuário feminino, com opções lindas de blusas, saias, shorts, vestidos e macacões.
Narooma :
A Narooma é uma marca que utiliza tecidos certificados, orgânicos e reciclados e tingimento natural em suas peças, aposta em modelagens atemporais, conta com coleções em prol da conservação do cerrado e ainda repassa 1% do valor de todas as compras para ONGs que atuam na preservação da Amazônia. Tem como não amar?
O jeans é uma dos tecidos preferidos nos guarda-roupas. Se você também é fã do tecido, precisa conhecer a Yes I am Jeans, que produz peças em jeans utilizando técnicas com menor impacto ambiental e valorizando a mão-de-obra. A marca também aposta em cortes clássicos visando aumentar o tempo de uso das peças pelos consumidores.
Tita :
A Tita é uma marca ecológica de moda íntima. Suas peças são produzidas com algodão orgânico certificado, respeito aos trabalhadores e total alinhamento com os princípios de sustentabilidade sem precisar abrir mão do estilo e conforto.
Pantys :
Quando falamos em moda sustentável no Brasil, a Pantys é um caso de sucesso. O carro chefe da marca são as calcinhas absorventes reutilizáveis para que as mulheres possam abrir mão dos absorventes descartáveis. A marca tem um forte posicionamento a favor das mulheres e das causas ambientais, sendo uma referência para muitos que buscam iniciar um negócio ecológico.
Herself :
A Herself é a marca que abriu o caminho para a chegada de calcinhas, maiôs e biquínis absorventes no Brasil. Além da sustentabilidade implícita no propósito do produto, a marca se destaca por ter um programa de educação menstrual para mulheres e está em fase implantação de seu programa de logística reversa.
Viu só como no Brasil não faltam opções de marcas de slow fashion para você consumir e usar moda de maneira mais consciente e sustentável? A nossa torcida aqui é que esse movimento não pare de crescer!
Vamos juntos fortalecer esse nova moda?
Até a próxima!
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Patricia Nunes Soares