Bag, mãe do Charlie 4 anos. - Studio Pipoca

Bag, mãe do Charlie 4 anos.

“O que quero deixar de legado para o Charlie é: quer fazer algo? Vai e faz, se não der certo tudo bem parte para a outra, mas nunca deixe de fazer por medo de tentar”

Conte um pouco sobre sua família: você sempre teve o desejo de ser mãe um dia?

Sim, sempre sonhei em ser mãe, era algo que eu tinha como certo na vida, mas antes era com outra perspectiva algo meio o que era o certo a se fazer para viver uma vida feliz, a família tradicional, mas confesso que mesmo tendo isso como certo quando o Charlie veio foi um baita susto, pois ele veio em um momento que eu não esperava e mudou tudo que eu tinha como certo e como perspectiva

Nós sabemos que hoje ainda muitas mulheres se veem obrigadas a abrir mão de questões importantes para elas, como carreira, ao formar uma família. Você já teve de sacrificar alguma coisa pela sua família?

A gente sempre tem que abdicar mão de algo aqui ou ali, mas eu sempre busco não desistir de algo depois que fui mãe, inclusive tudo que tenho hoje conquistei depois da maternidade, eu nunca nem tinha trabalhado na vida antes do Charlie, eu fazia somente faculdade, e depois dele que montei minhas empresas, aprendi a lidar com meu dinheiro, ganhei independência financeira, criei um lar, tive minha casa, viajei pela primeira vez sozinha e passei a ver que eu tinha o dever de realizar meus sonhos e que a maternidade não iria me limitar.

A maternidade mudou seu olhar sobre o mundo? Como?

Mudou totalmente, eu sou outra pessoa depois da maternidade, me mostrou que eu posso conseguir o que quero, que eu tenho força, que mulheres devem ser mais que o casamento e maternidade, me ensinou a olhar para as situações com mais empatia porque nem todo mundo tem o mesmo ritmo que eu e está tudo bem, me ensinou a ver que eu preciso tomar a iniciativa de fazer o que eu considero um mundo melhor para meu filho, pois não dá para esperar pelos outros, pois eu fazendo serei espelho, e isso também levo em conta para meus sonhos e conquistas, eu sou o maior exemplo para o Charlie, e filho aprende com exemplo, se eu não fizer não adianta nada eu só falar para ele seguir atrás dos sonhos dele. Me ensinou também sobre paciência e espera, e por fim me ensinou que cada ser humano é um indivíduo com suas vontades e gostos mesmo que ele tenha somente 4 anos eu tenho que saber ate onde é uma individualidade dele e saber respeitar, isso eu levei para todas as minhas outras relações com família e amigos

Quando nos tornamos mães muitas mudanças ocorrem, inclusive nas relações interpessoais. Após a maternidade você começou a enxergar sua mãe de uma forma diferente? Como?

Com mais doçura e empatia, vi o quanto ela abriu mão e o quanto ela foi forte, minha mãe perdeu três filhos antes de mim e um deles foi por erro médico e eu não imagino o quanto essa dor deve ser terrível, então ela ter tido força para continuar depois disso eu a acho incrível.

Tem dias que é inevitável darmos uma olhadinha no passado. Se você tivesse que fazer esse exercício agora é pensar como era antes de ter filhos, do que você sente mais saudade?

A liberdade de fazer as coisas no meu tempo, às vezes queria sair quando quero, viajar quando quero, tomar um banho sozinha, dar na telha e eu fazer, mas com o Charlie eu preciso ir no tempo dele, priorizar ele, fazer coisas sozinha somente quando ele está no pai dele, de resto não sinto falta de nada, amo a pessoa que me tornei depois dele.

Qual legado você gostaria de transmitir para a sua família e o seu filho?

Que nada pode nos limitar na vida, somente nós mesmos, independente de qual for a situação, quando engravidei meu pai disse que minha vida tinha acabado ali e que eu não seria mais nada. Se eu tivesse dado ouvidos a isso eu realmente teria afirmado o que ele disse, mas eu prometi para mim mesma que jamais deixaria isso me limitar.

Hoje moro no bairro que sempre sonhei, tenho um estúdio, tenho três negócios, e sou reconhecida pelo meu trabalho, viajei para vários lugares, e pessoas de outros lugares até do mundo me conhecem e eu construí tudo isso que vivo hoje junto com o Charlie porque tudo isso veio depois dele. Nos primeiros anos de vida dele até ele completar dois anos ele foi no canguru em todos os ensaios fotográficos comigo e em todas as idas ao correio, absolutamente tudo nos primeiros anos dele fizemos juntos, porque eu decidi que a maternidade ia me dar força e não me parar. Eu acredito nisso que somos os únicos que podemos dizer para nós mesmo o que podemos e não podemos fazer.

Então o que quero deixar de legado para o Charlie é: quer fazer algo? Vai e faz, se não der certo tudo bem parte para a outra, mas nunca deixe de fazer por medo de tentar. Li uma frase uma vez que levo para a vida agora “‘e você tentar existe o risco de falhar, se você não tentar é certeza” então eu desejo que o Charlie corra os riscos de tudo que ele sonha em conquistar.

Bag Moreno, da conta Instagram @bagmoreno

 

 

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